quarta-feira, 2 de março de 2011

Uma Cigana; Parte 2

A velha me encarava.
E eu não conseguia esquecer, aquele brilho vermelho, aquela frase cheia de mistérios.
Ela esperava eu falar.
-Então suponho eu, que queira ver o meu futuro...- eu esperava que fosse só isso.
-Ele já está claro para mim rapaz- ela quase me interrompeu- Só quero ver mais de perto, por que você é muito interessante.
-Respeito suas crenças senhora, mas, não as compartilho.
-Você vai deixar de não acreditar, logo logo.
-Não sei como- e ri.
Eu ia continuar, mostrando o quão mentira toda essa estória de futuro era. Mas, a velha cigana não me eu atenção. Puxou minha mão com força. Aquela velha devia tomar algum tipo de vitamina para os ossos.
-Senhora...- eu protestei tentando tirar a minha mão da dela com gentileza.
-Se você não acredita, que diferença faz?
-A diferença, é que eu vou ficar com aproximadamente, com menos dez doláres na minha carteira.
-O senhor não tem cara de ser mão fechada...- aquela velha devia ser atendente de telemarkenting.
-Tudo bem, ta?!- me rendi, retirando do bolso a minha carteira- Estava sentindo que a senhora não ia me deixar passar facilmente.
Ela tomou minha mão. Fiquei sério, ela passou o dedo indicador, pelas linhas de minha mão, e eu parecia estar levando pequenos choques elétricos.
-Como está indo sua mãe?
Fechei a cara, me poupando dos pensamentos que viriam á seguir.
-Paguei você para tentar ler o meu futuro, não para fazer perguntas sobre minha vida particular.
-Se fosse você também não iria querer falar disso...
-Vai ver o diabo do futuro, ou não?
-Trás má sorte, falar do próprio futuro assim...
Eu já estava perdendo a paciência quando ela começou á falar num jato.
-Belatricé tem os motivos dela.Não quer colocar mais ninguém na história. ela pensa que essa carga só ela deve carregar- como ela sabia o nome de Belatricé?- Agora, você pode não acreditar nela, mas, em breve você vai ver os mortos com os próprios olhos, vai embarcar nessa de cabeça, seu futuro é especifico, se a qualquer momento você se desviar dele, não se quando pensar que não tem saída, o destino lhe abrirá as janelas para você.
-Rá!-ladrei- Agora você quer me convencer que aquela história sem pé, nem cabeça é real?- arfei
-Você não vai acreditar. Agora!Você mesmo vai ver! Como agora!- e apontou para o sul maravilhada.
Olhei para trás rapidamente, não ví nada.
-O que...?- eu olhei para os dois lados, a velha sumira, pelas minha costas.
As ruas vazias vazias na escuridão pareciam agourentas, e fantasmagóricas, dando ênfase no discurso da cigana.
Não pude conter o calafrio.
Olhei o relógio por hábito. Estava parado, analisei os ponteiros imóveis.
Dei duas batidelas com o indicador, e eles voltaram a girar.
Eu precisava voltar pra casa. Algo parecia assoprar no meu ouvido.
-Acredite!


Eu ouvi, por um minuto isso foi uma certeza então, eu balancei a cabeça, ainda um pouco transtornado. Devia ser só o vento... 


Continua...
            

2 comentários:

Anônimo disse...

O Declan vai se ferra, porque ele não acredita em nada!

Be Fontana disse...

Será que teria mesmo graça, o mocinho se ferrar no final, talvez a graça seja o ceticismo dele, já imaginou se ele acreditasse de primeira no que a Belatricé falou? Isso seria uma loucura tremenda!