terça-feira, 19 de julho de 2011

Isso não é obra de um fantasma...

Ótimo, a investigação estava indo de vento em poupa. Nós nos ferrando em uma quantidade digna de recorde.
Belatrice olhou pra mim, e disse que poderiam ocorrer coisas estranhas... Eu nem preciso comentar isso, tudo agora era estranho, ela não precisava me avisar de absolutamente nada!
Ela reclamou mais um pouco sobre a minha falta de destreza, com essa história de silêncio, eu sabia sobre isso, mais não era fácil lidar com portinholas emperradas por séculos. Nos começamos a descer uma escadinha,que rangia a cada descida nossa, sem dialogo ela me pediu encarecidamente silêncio, mais nem ela segurou o gemido, enquanto nossos estômagos se embrulhavam em conjunto, com o cheiro quase corrosivo que preenchia o ar.
-Acho que vou ter um treco.
-Shhh!- pedi me divertindo com a psicologia inversa.
Então nós paramos, sem saber oque fazer. O breu era total, tirando a luz da  lanterna que iluminava o chão onde Belatrice pisava. Mas a luz era fraca, e o cheiro era forte. Tentei em vão encontrar o foco na cena, mais eu não conseguia nem dizer onde estavam meus pés. Ouvi os de Belatrice tocar o solo suavemente, e sem pensar arrisquei meu próprio avanço.
Não demorou muito para que eu ouvisse pingos vindos do meu tênis. Eu tinha certeza que viera do pé, o que eu tinha acabado de levantar.
-Belatrice... -sussurrei quase podendo sentir o cheiro enferrujado -Ouvi... do meu pé... -expliquei em frases entrecortadas.
Ela apontou a lanterna tentando me achar, mas, nós dois arfamos alto, quando vimos oque tinha á nossa frente. Meu rosto devia estar sem cor, porquê minha garganta se fechou e eu mal pude respirar antes de tomar o controle novamente.
-Santo Deus -foi tudo oque consegui dizer. 
-Isso não é obra de um fantasma...
Á frente deles, distribuídas em macas no grande salão, em quantidade inestimável, todas elas estavam ocupadas, havia sangue seco no chão, e o cheiro parecia mais forte ainda com essa visão. Os corpos visivelmente em decomposição, e havia pólvora  neles.
-Belatrice, oque agente vai fazer? Não tem como queimar todos, sem que agente morra assados como perus de Natal!
-Você provavelmente, eu vou ficar com algo se debatendo em minha mente, pela eternidade.
-De onde tirou isso? -perguntei desconfiado.
-Não sei -sua voz transbordava sinceridade.
-Oque agente procura? -perguntei tentando ver mais coisas.
Então luzes se acenderam, uma a uma, elas iluminaram o porão. E eu vi que a extensão era maior do que eu imaginava.
-Agente não procura nada, ele já nos achou.
Eu me virei, e Belatrice veio até mim, se postando á minha frente tão determinada que eu nem questionei.
E vieram os sons. Passos. Botas fazendo um chapinhar no chão, oque tornava tudo pior, e agourento. Pareceu uma eternidade para mim, aqueles sons vagarosos, sem nenhuma pressa, afinal, ele tinha todo o tempo do mundo, e nós não.
A estranha sombra que parecia quase se arrastar, emfim apareceu á nossa frente. 


Na verdade não era nada que eu esperasse.




Continua....

4 comentários:

Mayariinhaa disse...

seguindo vc ja.
beijim...

Be Fontana disse...

Obrigada flor, visite sempre.
Bjos&Abraços

Valdir Luciano disse...

Muito bom, amor. Parabéns!

Be Fontana disse...

Obrigada amor, sempre marcando presença <3